Crise. Repasse de
cota do imposto
deveria ser feito
ontem; Estado admite
problema e alega
dificuldade financeira
Devido à grave crise financeira,
o governo de Minas,
pela primeira vez em muitos
anos, deixou de depositar
a cota do ICMS devido
aos municípios do Estado. O
descumprimento da lei, segundo
a Associação Mineira
de Municípios (AMM), pode
causar sérios prejuízos para
as cidades como atraso nos
salários e até falta de verba
para programas de saúde e
quitação de contas.
Depositado semanalmente,
conforme previsto na
Constituição, o valor do repasse
do ICMS aos municípios corresponde a 25% do
montante arrecadado pelo
governo estadual, na última semana, cerca de R$ 126 milhões.
Segundo a AMM, até
ontem apenas 63% desse valor
foi depositado.
De acordo com o presidente
da associação, Antônio Carlos Andrada (PSB), a
maioria das cidades do Estado
foi surpreendida pelo
atraso. “O Estado simplesmente
não depositou o dinheiro
como deveria e muito menos avisou que isso
iria ocorrer. Muitas prefeituras
têm vencimentos nessas
datas e serão certamente
prejudicadas”, afirmou Andrada,
que é prefeito de Barbacena,
na Zona da Mata.
Ainda segundo o presidente
da AMM, caso as cotas
do ICMS sigam sendo repassadas
com atraso, as prefeituras
vão também atrasar os salários dos servidores, além
de paralisar programas de
saúde como o de combate à
dengue. “Com a crise que está
aí, cada centavo a menos
afeta a nossa folha de pagamento.
Caso não haja recurso,
até mesmo os trabalhos
de combate à dengue, que começam
nos próximos meses,
poderão ser afetados”, reclama
Andrada.
Outro lado
A Secretaria de Estado de
Fazenda de Minas Gerais
(SEF-MG) informou que
mais de 50% dos valores
referentes aos repasses do
ICMS foi depositado ontem
– data limite para o vencimento.
O restante seria pago
hoje aos municípios. O
governo estadual admitiu o
problema e justificou que
ele ocorreu “em função das
dificuldades financeiras enfrentadas
pelo Estado”.
O QUE É ICMS E PARA QUE ELE SERVE?
É um imposto que incide sobre a circulação
de produtos como eletrodomésticos,
alimentos, serviços de comunicação e
transporte intermunicipal e interestadual,
entre outros. A arrecadação desse tributo é
encaminhada para os estados e usado por
eles para as diversas funções.
COMO É FEITA A DISTRUIBUIÇÃO?
Conforme a Constituição Federal (artigo
158-inciso IV), 25% do total arrecadado
com ICMS nos Estados seja repartido
entre os respectivos municípios (Sec. Estado de Fazenda de MG).
Fonte: Metro Jornal - Belo Horizonte
Autor: Pedro Nascimento
Data: 21/09/2016
Site: http://www.metrojornal.com.br/pdf/assets/pdfs/20160921_MetroBH.pdf?v=2
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